sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Caio Viana Martins

Caio era um menino comum ao seu tempo que mudou-se pra Belo Horizonte com a família aos oito anos, onde passou a estudar no Grupo escolar Barão do Rio Branco até o 4° ano primário.
Aos 14 anos ingressou no movimento escoteiro, ao iniciar seus estudos no Colégio Arnaldo e Afonso Arinos, que patrocinava o Grupo Escoteiro Afonso Arinos na época.
No dia 18 de dezembro de 1938 o grupo organizou uma excursão de trem com destino a São Paulo, com 25 membros. Os escoteiros viajavam no vagão da primeira classe do trem noturno da Central do Brasil, que possuía no total de 11 vagões, quando por volta das 2 horas da madrugada do dia 19 de dezembro, este três se chocou com um trem cargueiro que vinha em sentido contrario, provocando um terrível desastre no qual morreram cerca de 40 pessoas. Caio, na época monitor da patrulha Lobo, recebeu uma forte pancada na região lombar durante o choque, mas, mesmo assim persistiu em ajudar os outros escoteiros que se reuniam para decidir a melhor maneira de agir. O primeiro passo foi a procura dos membros que não haviam sido encontrados até o momento. O Lobinho Hélio Marcos de Almeida Santos e o Escoteiro Gérson Hissa Satuf, foram encontrados já mortos.
Os escoteiros continuaram prestando os primeiros socorros a todos os feridos e fazendo uma grande fogueira para auxiliar as buscas e o trabalho de salvamento. Para isso, utilizaram todo material que tinham disponível no trem, os colchões, cobertores e lençóis dos vagões-leitos, confeccionando macas e abrigo para as pessoas mais feridas.
O acidente, que ocorreu entre as estações de Sitio e João Aires, próximo á cidade de Barbacena, só recebeu socorros às 7 horas da manhã do dia 19. A equipe de socorro transportou os passageiros feridos, inclusive alguns escoteiros, para um hospital em Barbacena. Como não havia macas suficientes para todos e ao ver pessoas mais necessitadas ao seu redor, Caio recusou ser levado de maca, dizendo: “Um Escoteiro caminha com as próprias pernas.” E foi andando junto a seus amigos até a cidade, mas ao chegar no hotel, sentiu-se mal e foi levado a Santa Casa, onde veio a falecer, por conta do rompimento de vísceras e um grave derrame interno.

Caio Viana Martins foi sepultado no mesmo dia, no cemitério de Bonfim na Zona Norte de Belo Horizonte, junto ao lobinho Hélio e ao escoteiro Gérson.


Post: Adriele Santos

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